Má Qualidade da água pode aumentar risco de doença renal, alerta especialista
A relação entre a qualidade da água consumida e a saúde renal tem sido cada vez mais debatida por especialistas. No contexto do Dia Mundial da Água, criado pelas Nações Unidas em 1993 para conscientizar sobre o uso responsável desse recurso, surge também a discussão sobre como a qualidade da água impacta diretamente a saúde da população.
Os rins são responsáveis pela filtragem de toxinas no organismo e pela regulação do equilíbrio hidríco no sangue. Quando expostos à chamada “água dura” – caracterizada pelo alto teor de sais minerais – esses órgãos podem ser sobrecarregados, resultando em complicações renais, como a formação de cálculos e a redução da eficiência na filtração de substâncias nocivas.
A água ideal para consumo deve conter um baixo teor de sais e minerais e apresentar um pH alcalino, acima de 7, favorecendo a hidratação e prevenindo danos aos rins. Líquidos com pH inferior a 6 são considerados ácidos e podem intensificar a sobrecarga renal. Como exemplo, refrigerantes possuem um pH em torno de 2,5, sendo extremamente ácidos e prejudiciais ao organismo.
O Potencial de Carga Renal Ácida (PRAL) é um fator importante a ser considerado. Águas com PRAL negativo auxiliam na neutralização da acidez corporal, reduzindo a necessidade de esforço excessivo dos rins para manter o pH sanguíneo adequado. Um alto nível de acidez no organismo pode estar relacionado a doenças como a desmineralização óssea e a insuficiência renal.
De acordo com a organização World Kidney Day, cerca de 10% da população mundial sofre de Doença Renal Crônica (DRC), condição que pode ser fatal se não tratada corretamente. No Brasil, dados da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará (SESA) indicam que o custo da DRC é superior ao dos tratamentos de câncer de mama, pulmão, cólon e pele somados, pois a doença demanda cuidados permanentes e tratamentos de alto custo.
A prevenção da DRC está diretamente relacionada à adoção de hábitos saudáveis, incluindo a ingestão adequada de água, uma alimentação equilibrada e a prática de atividades físicas. “Com simples mudanças no dia a dia, como manter uma alimentação equilibrada, exercitar-se regularmente e, principalmente, hidratar-se corretamente, é possível prevenir doenças renais e melhorar a qualidade de vida. O ideal é que um adulto ingira entre 2 e 3 litros de água diariamente, considerando que perdemos em média 1,5 litro por meio da urina, transpiração, respiração e evacuação”, explica o médico nefrologista Fernando Melo, da Associação Católica Cruz da Vida.
A conscientização sobre a qualidade da água consumida e os cuidados com a saúde renal são fundamentais para evitar complicações futuras e garantir uma vida mais saudável para toda a população.
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