A violência doméstica é um problema global que afeta profundamente a saúde mental das vítimas. A psicologia desempenha um papel crucial no tratamento e na prevenção desses casos. O 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública revelou que, em 2023, as ocorrências de violência doméstica cresceram 9,8%, totalizando 258.941 registros. Além disso, os casos de feminicídio aumentaram 0,8%, com 1.467 registros no último ano.
A Secretaria de Políticas para Mulheres reportou que 75% das mulheres vítimas de violência doméstica também apresentaram sintomas de depressão e ansiedade. Além disso, um levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicou que, no Brasil, 12% das mulheres sofreram algum tipo de abuso físico ou psicológico em seus relacionamentos íntimos nos últimos 12 meses.
Segundo Thamires Aragão, psicóloga da instituição católica Cruz da Vida, a violência doméstica não se limita às agressões físicas. Ela inclui abusos emocionais e psicológicos que deixam marcas duradouras. As vítimas frequentemente enfrentam ansiedade, depressão e baixa autoestima. “O impacto psicológico pode ser devastador, com efeitos prolongados que vão além do abuso físico”, explica.
O tratamento psicológico é vital para a recuperação das vítimas. Thamires destaca que a terapia cria um espaço seguro para as vítimas expressarem seus sentimentos. Além da terapia individual, o suporte envolve fortalecer a rede de apoio da vítima, com colaboração de familiares e outros profissionais.
A prevenção é essencial para combater a violência doméstica. Thamires compartilha que a educação e a conscientização são fundamentais. “É importante informar a comunidade sobre o que é violência doméstica e os recursos disponíveis”, diz. Programas de treinamento para profissionais também são necessários para identificar e abordar sinais de abuso. “A psicologia oferece um suporte crucial para vítimas de violência doméstica, ajudando a enfrentar os traumas e promover a recuperação”, acrescenta Thamires.