Em 2024, o Ceará registrou uma redução de 3,9% no número de consumidores inadimplentes em comparação com 2023, segundo dados do Indicador de Inadimplência do SPC Brasil e da FCDL-CE. Esse movimento contrasta com o cenário nacional, onde houve um aumento de 1,9% no número de negativados no mesmo período. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (27) pela Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Ceará (FCDL-CE) e SPC Brasil, presente na última edição do Radar do Varejo Cearense, relacionado ao mês de dezembro.
Embora o total de inadimplentes tenha diminuído, o valor médio das dívidas aumentou. Cada consumidor negativado no estado deve, em média, R$ 4.140, um crescimento de 7,8% em relação aos R$ 3.839 do ano anterior. As dívidas de menor valor (até R$ 500) correspondem a 32,1% do total, enquanto aquelas acima de R$ 7.500 representam 14,9%.
“Esse cenário revela que, apesar da melhora no número de negativados, o valor médio das dívidas ainda é um desafio significativo. O início do ano é uma oportunidade para os consumidores buscarem renegociação e reestruturação financeira”, destacou Freitas Cordeiro, presidente da Federação das CDLs do estado.
Além disso, o número total de dívidas em atraso no Ceará também recuou, com uma queda de 0,7% em relação a 2023, enquanto o Brasil viu um aumento de 2,8%. O setor bancário responde por 59,9% das dívidas, seguido pelo setor de água e luz, com 16,9%. Apesar da redução, 90% dos consumidores negativados em outubro de 2024 já haviam enfrentado essa situação nos últimos 12 meses, reforçando a importância de uma gestão financeira sólida.
Varejo cearense supera expectativas com alta no fim de ano
O comércio do Ceará encerrou 2024 em alta, impulsionado pelas vendas de fim de ano e um desempenho superior ao cenário nacional. Enquanto o comércio de combustíveis e lubrificantes no Brasil registrou queda de 1,6%, o Ceará apresentou crescimento de 10,1%. Já no setor atacadista de alimentos e bebidas, o estado teve alta de 6,9%, contrastando com a retração de 7% no país.
Freitas Cordeiro destacou a importância de análises regionais para compreender as dinâmicas econômicas locais. “As pesquisas nacionais, muitas vezes, não captam as realidades regionais. Nosso radar econômico traduz de forma mais fiel o cenário para os empresários cearenses, oferecendo uma bússola confiável para as tomadas de decisão.”
Novembro é destaque na geração de vagas formais no comércio
Outro ponto positivo para o Ceará em 2024 foi a criação de empregos formais, especialmente no comércio. Segundo o CAGED, 4.443 vagas foram abertas no estado em novembro, sendo 3.437 oriundas do comércio, que se beneficiou do aumento sazonal da demanda por conta da Black Friday, Natal e Réveillon.
No acumulado de janeiro a novembro, o Ceará criou 62.312 vagas formais em todos os setores, destacando-se também o setor de serviços, que gerou 1.428 novos empregos em novembro.
Os dados mostram que, apesar dos desafios econômicos enfrentados pelo país, o Ceará conseguiu registrar avanços em diversos indicadores. Redução da inadimplência, crescimento das vendas no comércio e aumento das vagas formais, mostrou potencial de recuperação e avanço econômico no comércio varejista para o ano de 2025.
A pesquisa completa pode ser acessada no site da FCDL-CE: fcdlce.org.br