Avanço de casos graves de influenza reforça alerta sobre cuidados em idosos
A gripe voltou a ser uma das maiores ameaças à saúde dos idosos no Brasil. De acordo com o boletim InfoGripe da Fiocruz, o vírus influenza ultrapassou o coronavírus como principal causa de morte por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) entre pessoas com 60 anos ou mais, acendendo o alerta para a importância da vacinação e das medidas de prevenção durante o outono e inverno.
Segundo a médica infectologista Silvia Fonseca, docente do Instituto de Educação Médica (Idomed), a percepção de que a gripe é uma doença leve ainda compromete o alcance das campanhas de imunização. “O vírus influenza pode evoluir rapidamente para quadros de insuficiência respiratória, infecções pulmonares e internações prolongadas, especialmente em idosos e pacientes com doenças crônicas. A vacinação anual é a forma mais eficaz de reduzir esse risco”, afirma.
Apesar da oferta gratuita da vacina pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a cobertura vacinal entre idosos segue abaixo da meta de 90% recomendada pelo Ministério da Saúde. A médica destaca a necessidade de atualização da caderneta vacinal, lembrando que a vacina da gripe precisa ser reaplicada todos os anos. A composição muda anualmente, de acordo com a circulação das cepas no hemisfério sul, o que torna a imunização atualizada essencial para garantir a eficácia da proteção.
Sintomas e prevenção
“Não é raro no público idoso a presença do estado febril sem outros sintomas associados, mas em geral, a temperatura não atinge níveis tão altos. No entanto, é importante estar atento ao risco de evolução com complicações, especialmente em indivíduos com doença crônica. Em idosos, a principal complicação são as pneumonias, responsáveis por muitas internações hospitalares no país”, aponta Tauana Mattar, professora do curso de enfermagem na Wyden, orientando sobre medidas gerais de prevenção:
“Lave as mãos com água e sabão ou use álcool em gel, principalmente antes de consumir algum alimento; utilize lenço descartável para higiene nasal; cubra o nariz e boca ao espirrar ou tossir; evite tocar mucosas de olhos, nariz e boca; não compartilhe objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas; mantenha os ambientes bem ventilados; evite contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas de gripe; evite sair de casa em período de transmissão da doença; evite aglomerações e ambientes fechados (procurar manter os ambientes ventilados) e adote hábitos saudáveis, como alimentação balanceada e ingestão de líquidos.”
Fisioterapia respiratória
Segundo a professora do Curso de Fisioterapia da Wyden, Alice Lisboa, a fisioterapia respiratória previne complicações secundárias da gripe, como pneumonia, sinusites e insuficiência respiratória. No caso dos idosos, a prática é fundamental por uma sequência de fatores. “A Influenza compromete a função pulmonar ao causar o aumento na produção de secreções e inflamação das vias respiratórias. A fisioterapia respiratória busca restaurar e otimizar a função pulmonar por meio de técnicas como a higiene brônquica, reexpansão pulmonar e exercícios respiratórios”.
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