Cirurgia de Parkinson permite melhor qualidade de vida a pacientes
Segunda doença degenerativa mais comum, a doença de Parkinson acomete, aproximadamente, quatro milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, estima-se que o número de pessoas sofrendo com a enfermidade chegue a 200 mil. Os dados são da Organização Mundial da Saúde (OMS) que, buscando promover conscientização sobre a doença e conhecimento sobre os tratamentos paliativos, instituiu o dia 11 de abril como o Dia Mundial do Parkinson.
A doença de Parkinson é uma doença neurológica crônica e progressiva, com sintomas que afetam, principalmente e de forma mais perceptível, a função motora, seja com tremores intensos, rigidez muscular ou lentidão para realizar movimentos pequenos e simples e até caminhar. Os sintomas menos notórios são a alteração do sono, depressão e dificuldade de concentração.
Comum em pessoas com mais de 65 anos, já que o fator de risco da doença é o envelhecimento, o Parkinson pode acontecer precocemente, devido a questões genéticas, antes dos 45 anos e, em casos raros, antes dos 21 anos. A doença acontece devido à morte precoce ou degeneração dos neurônios da substância negra, região do cérebro responsável pela produção da dopamina, neurotransmissor que faz com que o corpo humano tenha motivação, prazer, movimento e memória.
Ainda que não haja cura para o Parkinson, existem tratamentos que visam mitigar os sintomas e desacelerar o avanço da doença, sejam com medicamentos, fisioterapia, terapia ocupacional e fonoaudiologia. O mais moderno e avançado dos procedimentos conhecidos na atualidade, e também o mais eficaz, é a Estimulação Cerebral Profunda, ou DBS, sigla em inglês para Deep Brain Stimulation. O procedimento consiste na realização de cirurgia minimamente invasiva para o implante de eletrodos em áreas específicas do cérebro. Esses eletrodos são conectados a um marca-passo cerebral e irão tratar as condições neurológicas, principalmente as motoras.
Especialista em radiocirurgia e neurocirurgia funcional, o neurocirurgião Rafael Maia explica que, para a realização da cirurgia, é preciso um prazo de cinco anos após o diagnóstico de Parkinson, período necessário para a confirmação da doença. “Isso não impede que, em menos de cinco anos, a cirurgia seja considerada, caso os recursos medicamentosos e terapêuticos tenham se esgotado, sempre visando uma melhor qualidade de vida ao paciente”, reforça.
Ainda de acordo com o neurocirurgião, a Estimulação Cerebral Profunda é um incremento para os demais tratamentos. “A DBS é um potencializador dos resultados que os tratamentos com medicamentos, exercícios e terapias alcançam. A cirurgia exige uma manutenção mínima, dependendo do tipo de marca-passo cerebral usado e da necessidade de ajustes nos estímulos dos eletrodos”, explica.
“A cirurgia de Estimulação Cerebral Profunda representa um marco no tratamento do Parkinson, oferecendo uma esperança tangível para aqueles que enfrentam desafios significativos com a progressão da doença. A DBS pode restaurar a funcionalidade motora de muitos pacientes, permitindo-lhes retomar atividades diárias e desfrutar de uma vida mais plena e independente,” conclui Rafael Maia.
Publicar comentário