O Sindicato dos Médicos do Ceará comunicou à secretária de Saúde do Ceará, Tânia Mara Coelho, na última segunda-feira (22), ao tomar ciência das negociações relacionadas ao retorno do Hospital e Maternidade José Martiniano de Alencar (HMJMA), para a estrutura organizacional da Polícia Militar do Ceará. A entidade alerta sobre a importância da assistência do hospital e o impacto que a medida trará para a população atendida pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
No comunicado, o Sindicato solicita informações fornecidas sobre como o Estado do Ceará pretende absorver a demanda atendida pelo HMJMA nas demais unidades de saúde, garantindo que não haja perda de qualidade nos serviços prestados à população.
Atualmente, o hospital conta com uma unidade de cuidados intermediários neonatais (UCINCo), com oito leitos; um centro de imagem, com equipamentos de raios-x de última geração, ultrassons, ecocardiograma, mamógrafo, entre outros; e um centro cirúrgico. Além disso, passou por reformas estruturais, possui parcerias com instituições de ensino, implantando residência médica em cirurgia com quatro vagas através da Escola de Saúde Pública, e possui a Revista Científica, com publicação de artigos de casos atendidos.
Desde que foi incorporado à Secretaria da Saúde do Ceará, o hospital vem beneficiando a população atendida pelo SUS. Desde 2011, já foram realizados mais de 240 mil consultas ambulatoriais, 200 mil exames, 27 mil cirurgias e 18 mil procedimentos. Em 10 anos, houve um aumento de 92% no número de cirurgias realizadas.
“Com o retorno dessa unidade para a gestão da Secretaria de Segurança Pública, todos esses atendimentos aparentemente deixarão de ser ofertados aos usuários do SUS, reduzindo ainda mais o acesso da população aos serviços de saúde. Embora reconheçamos que para a Polícia Militar do Ceará trata-se de um grande ganho, para os usuários do SUS representa uma potencial perda”, alerta Dr. Max Ventura, presidente do Sindicato dos Médicos.
Contextualização
O Hospital e Maternidade José Martiniano de Alencar foi criado pelo Decreto nº 527, de 1º de abril de 1939, inicialmente funcionando como Hospital Central da Polícia Militar do Ceará (HPM/CE). Em 13 de setembro de 1993, o HPM/CE passou a atender pelo SUS por convênio com a Secretaria de Saúde do Estado do Ceará (Sesa), sendo classificado como hospital de média complexidade com capacidade instalada de 72 leitos.
Campanha
O Sindicato dos Médicos lança campanha de conscientização, nesta sexta-feira, 26, sobre a importância da assistência do hospital para a região, e sobre o impacto que a medida trará para a população atendida pelo Sistema Único de Saúde (SUS).