A Casa de Cuidados do Ceará (CCC), equipamento da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), promove mobilização entre seus colaboradores e público externo para arrecadação de material reciclável como papel, papelão, metal e plástico, com separação dos resíduos recicláveis de todos os produtos utilizados no local. A ideia é colaborar para um meio ambiente mais sustentável e criação de material para práticas integrativas.
De junho até dezembro de 2023, foram arrecadados mais de 3.489 quilos de material reciclável. Já no ano de 2024, até o momento, já foram arrecadados quase 3.224 quilos. Papelão e plástico estão entre os materiais mais reciclados. “O lixo hospitalar, segundo os especialistas, tem fluxo de maior complexidade. Além de colaborar com o meio ambiente, a ação de reciclagem faz com que a Casa arrecade fundos para aplicar em suas ações cotidianas com pacientes e cuidadores, com foco na humanização. Essa iniciativa começou no dia 5 de junho de 2023, no dia mundial do meio ambiente”, explica Derlania Rego, secretária da direção da CCC.
“A Casa de Cuidados também utiliza material reciclável em atividades com pacientes, promovidas pela equipe de Terapia Ocupacional. Geralmente os pacientes criam novos objetos a partir do material reciclável, ajudando no desenvolvimento de novas habilidades e compartilhamento de conhecimento, além de estimular a criatividade”, complementa Gardenia Leão, terapeuta ocupacional da CCC.
No Brasil, a lei 12.305, de 2010, instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Entre os objetivos, estão a não geração, a redução, a reutilização, a reciclagem e o tratamento dos resíduos sólidos, além de disposição final ambientalmente adequada das partes que não serão reaproveitadas.
Desde 2021, o Senado Federal aprovou também um projeto de lei que prevê a Campanha Junho Verde, incluída como uma das ações da Política Nacional de Educação Ambiental, com o intuito de educar e mobilizar as pessoas em prol do meio ambiente.
Projeto Selo Verde promove sustentabilidade e segurança no HRC
No Hospital Regional do Cariri (HRC), unidade da Sesa em Juazeiro do Norte, é desenvolvido o projeto Selo Verde, uma iniciativa criada pela Comissão de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (CGRSS) com a finalidade de acompanhar a segregação correta de resíduos nos setores assistenciais.
O Selo Verde é concedido aos setores que demonstram práticas sustentáveis no descarte adequado de resíduos. Cada setor deve descartar corretamente todos os tipos de materiais, como perfurocortantes, biológicos e comuns. Caso um setor não atinja a pontuação mínima exigida, é atribuído o selo vermelho, junto com recomendações de melhorias.
“A adoção do Selo Verde gera impactos positivos, como a diminuição de custos financeiros relacionados a serviços de desentupimento, decorrentes de descartes inadequados nas redes de esgoto. Também há uma redução nos custos de tratamento dos resíduos, devido à separação correta no momento do descarte”, explica o presidente da CGRSS, Edgar Pereira.
Do ponto de vista ambiental, todos os resíduos são processados de acordo com o tipo e destinados corretamente. Assim, o descarte adequado contribui para a destinação apropriada de cada tipo de resíduo. Além disso, há benefícios para a saúde ocupacional, uma vez que o descarte incorreto, especialmente de material biológico, coloca em risco a saúde dos trabalhadores.
O objetivo da comissão com o Selo Verde é garantir que todos os setores adotem e mantenham práticas sustentáveis contínuas. Dessa maneira, todos se beneficiam com a destinação correta dos resíduos, a redução de custos e a diminuição de acidentes de trabalho.
HRVJ possui estação própria de tratamento de esgoto com pós-tratamento para reúso
Com início das atividades em novembro de 2021 e em pleno funcionamento dentro das suas instalações, o Hospital Regional Vale do Jaguaribe (HRVJ), em Limoeiro do Norte, conta com um sistema de reaproveitamento da água que, após o tratamento, reutiliza-a para irrigação do jardim e também em vasos sanitários e mictórios.
O coordenador de Manutenção, Deivity Raulino, destaca que a estação tem capacidade de tratamento de 7,08m³/h de esgoto bruto no Sistema de Tratamento Biológico e de 10,0m³/h no Sistema de Pós-tratamento. “A ação engloba o efluente tratado pelo Sistema de Tratamento Biológico, as águas pluviais e as águas do condensado do sistema de ar condicionado. Portanto, há a capacidade de tratar 10 mil litros por hora ou 240 mil litros por dia”, explica.
O esgoto passa por oito grandes tanques, desde o início até a finalização, em um processo que dura 14 horas. Ao fim do mês, o procedimento gera uma economia de R$12 mil só de taxa de esgoto, valor que, em um ano, chegará a R$ 144 mil poupados, além das despesas que não serão mais necessárias com água para irrigação, sanitários e mictórios.
A estação de reúso fomenta ainda a sustentabilidade e reafirma o cuidado da unidade hospitalar com o meio ambiente, contribuindo, assim, para o desenvolvimento regional de forma sustentável e inovadora, pontos importantes defendidos pelo HRVJ.