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Parada LGBTI+ do Ceará acontece em 29 de junho, pauta direito de envelhecer e terá homenagem à travesti Thina Rodrigues

Um dos maiores eventos públicos do Brasil, a Parada pela Diversidade Sexual do Ceará chega à 24ª edição no próximo dia 29 de junho. E promete levar muita festa (e muita gente!) à avenida Beira Mar, em Fortaleza, na tarde e na noite do último domingo do mês. A expectativa é de que um milhão de pessoas participem da programação, organizada mais uma vez pelo Grupo de Resistência Asa Branca (Grab).

O tema deste ano – “Quem chora por nós? Visibilidades, orgulho e direito de envelhecer” – faz referência ao questionamento que se tornou marca da cearense Thina Rodrigues, uma das fundadoras do movimento trans no Estado e referência de ativismo no Brasil. A travesti será homenageada nos atos políticos da marcha porque a data da Parada este ano coincide com o dia em que ela morreu em 2020.

Thina foi uma das mais de 700 mil vítimas da pandemia de Covid no Brasil. “Ela usava o ‘Quem chora por nós?’ como denúncia à sociedade, para despertar a ideia de quem, além de nós mesmas, pessoas LGBTI+, se importa conosco. Porque, geralmente, quem luta por um mundo melhor para LGBTI+ são apenas as ativistas LGBTI+ e aliados do campo da formulação de políticas públicas. Mas o enfrentamento à LGBTI+fobia deve ser feito por todas as pessoas. Então, o ‘Quem chora por nós?’ tem esse peso de saber quem se importa com travestis e pessoas LGBTs pretas, que são as que mais sofrem violências”, explica a presidenta do Grab, Dary Bezerra.

A construção do tema foi fruto de encontros do Grab com representantes de outros movimentos sociais e ressalta outros três aspectos. O primeiro é reforçar a visibilidade LGBT diante do avanço da extrema direita no país, como forma de fazer frente ao conservadorismo. O segundo é enaltecer o orgulho de ser LGBT, no sentido de enaltecer as trajetórias de resistência, inclusive da própria Parada. E o terceiro é reivindicar o direito de envelhecer das pessoas LGBTs, sobretudo das trans e travestis, cuja expectativa de vida é de apenas 35 anos no Brasil.

O envelhecimento LGBTI+ dialoga diretamente com o fato de sermos o país que mais mata essa população no mundo há 16 anos consecutivos. Trata-se, portanto, de uma pauta nacional, que integra também a Parada pela Diversidade Sexual de São Paulo, a maior do país e uma das maiores do planeta. “Mas envelhecer é só o direito de ter mais anos de vida? A gente pensa que não. Perpassa questões de cidadania e dignidade: envelhecer bem, tendo onde morar, o que comer, aposentadoria e condições dignas de vida”, acrescenta Dary Bezerra.

TRIOS CONFIRMADOS
Oito trios elétricos já estão confirmados para a 24ª Parada pela Diversidade Sexual do Ceará. O total pode chegar a nove e as atrações serão divulgadas em breve. Além do Grab, colocarão artistas na avenida Beira Mar: Governo do Estado/Sediv, Prefeitura de Fortaleza/Coediv, Parada na Delas, Instituto Saile, Casa de Andaluzia, Fetamce e Trielétrica.

Uma das novidades é o trio que será puxado pela jornalista Katiúzia Rios. Ela, que já foi madrinha da Parada do Ceará, buscou o Grab ainda em 2024 para trazer uma estrutura própria e se apresentar este ano ao lado de diversos convidados. A Trielétrica promete agitar o público, que vai ter nove horas de muita música e atos políticos no principal cartão postal do Ceará.

DUAS MADRINHAS
A Parada terá este ano, pela primeira vez, duas madrinhas. A escolha das travestis Labelle Rainbow e Viviane Venâncio foi feita por representantes de movimentos sociais em meio à definição do tema do evento. As duas são nomes históricos do movimento trans do Ceará e já contribuíram com a realização de diversas edições da marcha no estado, além de promoverem as ações de rotina do Grab nos últimos anos.

A Parada pela Diversidade Sexual do Ceará acontece desde 1999, sempre tendo o Grab como entidade organizadora oficial. A 24ª edição conta com apoio do Governo do Estado, por intermédio da Secretaria da Diversidade (Sediv), e da Prefeitura de Fortaleza, por meio da Coordenadoria Especial da Diversidade da Secretaria dos Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (Coediv/SDHDS).

SERVIÇO
24ª PARADA PELA DIVERSIDADE SEXUAL DO CEARÁ
QUANDO: 29 de junho de 2025 (sábado), a partir das 13 horas,.
ONDE: avenida Beira Mar, em Fortaleza (em frente à Barraca do Joca).
QUANTO: aberto ao público.
EXPECTATIVA: 1 milhão de pessoas.

É jornalista desde 2018, especialista em mídia esportiva e foi CEO/Fundador do Portal Esporte News. Atuou como jornalista na TV União, radialista na Rádio Fortaleza FM (Câmara Municipal de Fortaleza) e na Rádio Dom Bosco FM. No Portal Mix Press, é CEO/Fundador e colunista, abordando cobertura de eventos, entretenimento e muito mais! | Insta: @joaopedrosilvareal Contato comercial: joaopedro@portalmixpress.com.br

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