O Brasil é o 5º no ranking de feminicídio, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
De acordo com dados recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o 5º país no ranking de feminicídio. Ainda segundo com a OMS, três em cada cinco mulheres sofrem, sofreram ou sofrerão relacionamentos abusivos. Durante a pandemia os casos aumentaram em 50%.
Laços emocionais, muitas vezes, obscurecem a linha entre amor e manipulação. Então, é crucial compreender e enfrentar os desafios de um relacionamento abusivo, que ocorre em uma dinâmica na qual um dos parceiros exerce controle e poder sobre o outro – seja físico, emocional, sexual ou financeiro.
“Um relacionamento abusivo pode se manifestar de diversas formas, desde manipulação emocional sutil até violência física explícita. O abusador busca dominar e controlar a vítima, minando sua autoestima e liberdade. Em muitos casos, os abusos começam tão sutis que as vítimas não percebem de imediato e, quando se dão conta, já estão com alto nível de comprometimento da saúde mental”, explica o psicólogo André Carneiro, especialista em Terapia Cognitivo Comportamental (TCC).
Livrar-se de um relacionamento abusivo é um processo desafiador, mas possível com determinação e apoio. É importante buscar ajuda, confiar em si e lembre-se de que merece ser tratado com respeito e dignidade. “Com os passos certos e o apoio adequado, é possível romper as correntes do abuso e construir uma vida plena e saudável”, garante o especialista em Terapia Cognitivo Comportamental.
Reconhecer um relacionamento abusivo:
A conscientização é o primeiro passo para a mudança. Com isso, é fundamental reconhecer e admitir que está em um relacionamento abusivo.
Buscar apoio:
O apoio social é essencial para enfrentar a situação e para o fortalecimento do emocional. “Além do apoio da família e dos amigos mais próximos, é de extrema importância que a vítima e um relacionamento abusivo busque acompanhamento médico e psicológico”, esclarece André Carneiro.
Recorrer a ajuda profissional:
Procure a orientação de um psicólogo especializado em relacionamentos abusivos e um médico psiquiatra para avaliar se é preciso, ou não, recorrer a medicações. A terapia cognitivo-comportamental pode ajudar a reconstruir a autoestima e desenvolver habilidades para lidar com a situação.
Elaborar um plano de segurança:
Ser estratégico é fundamental. Planeje sua saída do relacionamento de forma segura e estratégica. Isso pode incluir guardar dinheiro, ter um lugar seguro para ficar e contar com o apoio de recursos legais, se necessário. “Quanto mais organização e suporte, melhor. O abusador sabe os pontos fracos da vítima e, provavelmente, usará contra ela, como, por exemplo, dependência financeira ou falta de rede de apoio”, pontua o psicólogo André Carneiro.
Estabelecer limites claros:
Após ter orientações claras de especialistas, é preciso estabelecer limites claros, por mais difícil que possa ser em um primeiro instante. “Mantenha-se firme em suas decisões. Saiba dizer não e não ceda à manipulação. Por isso, é tão importante o acompanhamento psicológico: para que o profissional instrua sobre mecanismos de manter-se firme nas decisões. Esses mecanismos podem variar de pessoa para pessoa”, explica o psicólogo André Carneiro.
Romper um relacionamento abusivo é um ato de coragem e autodeterminação. É fundamental a certeza de que todos merecem uma vida plena e saudável, com respeito e felicidade dentro de relacionamentos baseados no amor e cuidado.