O Sindicato dos Médicos do Ceará teve acesso, na última quarta-feira (3), ao relatório emitido pelo Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará (CREMEC) após uma inspeção na UPA Canindezinho, em Fortaleza. A vistoria foi realizada no dia 19 de junho e a situação também já havia sido denunciada pelo Sindicato ao Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH) e à Secretaria da Saúde do Ceará (SESA) no dia 5 de junho.
Segundo o relatório, no dia da inspeção, foram encontrados 12 pacientes internados na área de observação adulto, quatro na sala de medicação adulto e dois na sala vermelha. Além disso, foi improvisado um leito de estabilização na área de observação pediátrica, e constatou-se que alguns pacientes estavam internados há nove dias.
O documento ressalta, ainda, as péssimas condições de internação, com pacientes acomodados em cadeiras, amontoados, sem privacidade e o mínimo de conforto. “Constatamos um grande número de pacientes internados, além da capacidade instalada, acomodados em péssimas condições. É necessária uma avaliação do sistema de saúde para melhoria da assistência”, diz um trecho.
O relatório também relata que há registros de incidentes relacionados a violência, comprometendo a segurança e integridade física de pacientes e profissionais do estabelecimento. Mesmo após a conclusão da reforma recente, as equipes ainda estão trabalhando na área externa, que se encontra em más condições, com risco de acidentes.
“A vistoria constatou todos os relatos que fizemos anteriormente, apontando a urgente necessidade de adequação e garantia do mínimo de conforto aos pacientes internados, assim como condições de trabalho dignas aos profissionais que lá exercem suas atividades. Vamos continuar acompanhando até que a situação seja resolvida”, destaca Dr. Max Ventura, presidente do Sindicato dos Médicos.