Tarifas dos EUA sobre o aço devem gerar prejuízo de R$618 milhões para empresas cearenses
As novas tarifas de 25% impostas pelos Estados Unidos sobre as importações de aço devem impactar diretamente a economia cearense, com perdas estimadas em R$ 618 milhões para as empresas do setor. Em 2024, o aço representou 37% das exportações do estado, somando US$545 milhões, sendo que mais de 80% desse volume teve como destino o mercado americano. Com a medida, a expectativa é de uma redução de 20% nas exportações do Ceará para os EUA.
Além da queda na receita das empresas, especialistas alertam para impactos na geração de empregos e na arrecadação tributária, já que a redução da produção pode comprometer o recolhimento de impostos como o Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Outro efeito preocupante é o risco de endividamento das indústrias do setor, que devem recorrer a crédito para manter suas operações diante das dificuldades impostas pela nova taxação.
Diante do cenário, representantes da indústria defendem a adoção de políticas compensatórias para mitigar os prejuízos. Entre as medidas sugeridas estão incentivos fiscais, linhas de crédito especiais e ações para estimular a diversificação de mercados. Também há expectativa por negociações diplomáticas que possam aliviar as restrições comerciais e garantir a competitividade do aço brasileiro no cenário global.
O advogado especialista em reestruturação de empresas, Rafael Abreu, avalia que as empresas precisarão se adaptar à nova realidade. “As tarifas impostas pelos Estados Unidos representam um desafio significativo para a indústria siderúrgica cearense. É essencial que as empresas busquem diversificar seus mercados e produtos, além de fortalecer a competitividade interna. A negociação diplomática também desempenha um papel crucial na mitigação desses impactos”, afirma.
Publicar comentário